Já vimos no post “Peixes cartilaginosos X Peixes ósseos” que os peixes ósseos são animais pertencentes à superclasse Osteichthyes, apresentam o crânio recoberto por placas ósseas e um conjunto de placas ósseas denominadas opérculo que delimita a cabeça desses peixes. Sendo que uma das principais características que os diferem dos peixes cartilaginosos é o fato deles apresentarem escamas dérmicas que se originam na camada mesodérmica da pele e encontram-se fortemente fixadas ao corpo.
Hoje continuaremos falando dos peixes ósseos dando ênfase na taxonomia da superclasse Osteichthyes que é composta por duas classes: Actinopterygii e Sarcopterygii. Já falamos sobre a classe Actinopterygii e a seguir veremos um pouco mais sobre a classe Sarcopterygii.
Classe Sarcopterygii
Os peixes ósseos que pertencem à classe Sarcopterygii possuem nadadeiras lobadas (apresenta um conjunto robusto de músculos); um esqueleto com ossos de origem endocondral; nadadeira caudal dificerca (as nadadeiras medianas, dorsal e ventral se deslocaram para a parte posterior do corpo formando uma nadadeira continua e flexível em torno da nadadeira caudal); nadadeiras pares e medianas presentes; pele com escamas dérmicas embutidas; bexiga natatória que auxilia na flutuação (preenchida de gordura nos celacantos); brânquias apoiadas por um arco ósseo e recoberto pelo opérculo; sexos separados e a fertilização pode ser externa ou interna dependendo da espécie; o corpo é geralmente alongado.

Uma das características interessantes desse grupo é a presença da respiração pulmonar. Os dipnoicos, conhecidos popularmente como peixes pulmonados, apresentam um ou dois pulmões que não apresentam brônquios e é capaz de extrair oxigênio do ar atmosférico. Em períodos de seca, esses peixes abandonam a respiração branquial e passam a respirar usando os pulmões. Atualmente existem 6 espécies de peixes pulmonados (3 gêneros) e o celacanto.
Os peixes pulmonados do gênero Neoceratodus são encontrados na Austrália e podem atingir 1,5 metros de comprimento, sendo os mais semelhantes com os ancestrais do grupo. Além disso, eles são muito dependentes da respiração branquial e não pode viver muito tempo fora d’água. Já os peixes pulmonados dos gêneros Lepidosiren encontrado na Ámerica do Sul e Protopterus na África podem sobreviver por mais tempo fora d’água. Peixes pulmonados africanos se enterram na lama quando o nível da água dos rios diminui muito. Há casos em que a lama seca devido a altas temperaturas e esses peixes ficam presos e permanecem num estado de dormência, ao chegar a estação chuvosa eles se desenterram. No Brasil, a espécie Lepidosiren paradoxa, popularmente conhecida como piramboia, é encontrada na região amazônica.



Os celacantos surgiram no Período Devoniano e surpreendentemente existe uma espécie atual chamada Latimeria chalimnae que foi encontrada na costa da África do sul. Outro ancestral do grupo são os ripidístios que floresceram na Era Paleozoica e foram extintos.

Os Ripidístios tem uma importância especial, pois incluem os ancestrais dos tetrápodes. Mas essa é uma história que contaremos em breve. Espero que tenham gostado e até a próxima!