Olá, queridos leitores!

Já teve aquela vontade de saber das mais recentes notícias da ciências só que acha levemente complicado entender? Vamos combinar o seguinte então: toda segunda, aqui no blog, vamos postar uma matéria bem recente sobre Biologia, de forma bem resumida e fácil de entender. Vamos lá então?

genoma

Já ouviram falar do Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats? Não? E do CRISPR? De forma resumida, esse sistema é formado por pequenos pedaços de DNA bacteriano com nucleotídeos com repetições e um espaçador. Esse sistema permite que cientistas modifiquem genomas de forma bem precisa, e nos últimos anos já rendeu diversos trabalhos muito interessantes, como macacos com mutações programadas e também prevenção e erradicação um tipo de infecção do HIV em células humanas.

Foi publicado esse mês na Nature que um grupo de pesquisadores usou o CRISPR para corrigir uma mutação que leva a doenças em dezenas de embriões humanos (o que representou uma melhora significativa em eficiência e precisão relativo a outras tentativas). Os pesquisadores buscaram alterar a mutação em um gene chamado MYBPC3. Essas mutações levam o tecido cardíaco a engrossar (conhecido como cardiomiopatia hipertrófica) que é a causa principal de morte súbita em jovens atletas. Essa mutação é dominante, ou seja, a criança só precisa herdar uma cópia do gene com a mutação dos seus pais para sentir seus efeitos.

Para tornar esse estudo mais amplo, a equipe também se preocupou com dois paradigmas envolvidos nessa ‘edição’ genética em humanos: o risco de acarretar mudanças genéticas não desejadas e o risco de gerar células diferentes dentro do embrião com sequências genéticas diferentes entre si (mosaicos). Foi reportado que usando a técnica proposta em 58 embriões não foi encontrada nenhuma evidência de mudança indesejada nem de criação de diferentes sequências genéticas no embrião.


Nenhum bebê fabricado 

Existe a preocupação por parte de alguns biólogos de que a tentativa bem-sucedida deste artigo motive médicos a tentarem usar a técnica antes que a mesma esteja totalmente testada, como a notícia de um médico que realizou uma técnica experimental em uma clínica de fertilidade no México, mesmo os pesquisadores acreditando que a técnica não estava pronta para a prática clínica, a mesma foi utilizada.

Outros biólogos também falam sobre a preocupação de ‘bebês fabricados’ (que seriam crianças melhoradas geneticamente ao invés de simplesmente corrigir mutações causadoras de doenças) que pode ser apagada por enquanto por este artigo. Nele, a equipe tentou usar uma outra cadeia de DNA para servir como molde, porém os embriões usaram o DNA materno para guiar a reparação da mutação causada pela mutação do MYBPC3 carreada pelo esperma do pai.

De acordo com o biólogo Robin Lovell-Badge do Instituto Francis Crick em Londres:

“Esse não é um passo claro para os bebês fabricados. Esse artigo sugere que você não consegue adicionar nada que já não esteja lá”.


Fontes:

Artigo original. Matéria adaptada do inglês, original em inglês.


-Atualmente, a pesquisa em genética é muito ampla podendo levar a vários avanços, nos tornando menos suscetíveis a doenças e outras intempéries causadas por nossos genes. Existe sim a preocupação de que este tipo de tecnologia só estaria disponível para os mais abastados, e eu concordo que, no início, sim, essa tecnologia poderia ser usada para segregação de indivíduos acarretando em um preconceito genético. Porém, com mais e mais estudos sendo realizados na área, é de extrema importância que sejam concedidos custeios para pesquisa na área, tornando as técnicas cada vez mais acessíveis.

sequenciamento
Fonte, assim como o custo de sequenciamento do Genoma, o custo desse tipo de técnica também pode cair muito com o aumento da quantidade de estudos na área.

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