Organismos pelágicos X organismos bentônicos

Dentro das ciências biológicas, a ecologia é uma das áreas de grande importância, sendo muito utilizada atualmente em estudos que buscam entender a dimensão da influência antrópica nos mais diversos ecossistemas do planeta, e como isso afeta as outras espécies, além do próprio ser humano. Devido a essa importância, é muito comum nos depararmos com diversos termos que muitas vezes não entendemos muito bem, como no caso de pelágico, bentônico, planctônico e outros.

Imagine o ambiente aquático dividido em duas áreas, a primeira formada pela coluna d’água e a segunda pelo substrato. Pois bem, a partir dessa divisão simples é que vamos começar a entender o nosso tema de hoje. Os seres vivos, muitas vezes, são categorizados quanto ao ambiente onde vivem. No caso dos ambientes aquáticos, podemos dividi-los em duas grandes categorias: organismos pelágicos e organismos bentônicos.

Organismos pelágicos

A zona pelágica pode ser considerada como a área da coluna d’água presente em mares e oceanos. Pode ser dividida de acordo com a profundidade (zona epipelágica – 200 metros; zona mesopelágica – entre 200 e 1000 metros; zona batipelágica – entre 1000 e 4000 metros; zona abissopelágica – cobre as planícies abissais do oceano e zona hadopelágica – água não associada ao fundo das fossas abissais) ou pela presença e ausência da penetração de luz solar (zona fótica e zona afótica).

Sendo assim, os organismos pelágicos são aqueles que vivem na zona pelágica, independente do fundo dos oceanos (zona bentônica). Eles podem ser planctônicos (que não se movimentam ativamente pela coluna d’água) como o zooplâncton e o fitoplâncton ou eles podem ser nectônicos (que se movimentam livremente na coluna de água, com o auxílio dos seus órgãos de locomoção: as barbatanas, nadadeiras ou outros apêndices) como a maioria dos peixes, crustáceos e mamíferos marinhos.

Organismos bentônicos

Sob a região pelágica se localiza a região bentônica formada pelo substrato de ambientes aquáticos, os sedimentos ali depositados e os organismos associados. Os organismos bentônicos vivem nessa região e são dependentes desse ambiente, seja para a alimentação, reprodução e principalmente como refúgio. Os organismos bentônicos podem ser divididos em epibentônicos (vivem sobre o substrato) ou endobentônicos (vivem no interior do substrato).

Os organismos epibentônicos podem ser sésseis (fixos em alguma superfície) ou vágeis (podem se movimentar sobre o substrato). Já os organismos endobentônicos podem ser cavadores (perfuram substratos como areia e lama) ou perfuradores (que perfuram substratos duros). Podemos citar como exemplo de animais bentônicos: várias espécies de protozoários, poríferos, cnidários (pólipos), moluscos (bivalves e gastrópodes), crustáceos (caranguejos, anfípodas e decápodes) e vários tipos de vermes (poliquetos e oligoquetos), os equinodermos, as larvas de insetos, os vermes oligoquetas e algumas espécies de peixes.